domingo, 15 de julho de 2012

Casais


O Contraponto

“Casais”

Dá pra ser politicamente correto ao acabar uma relação? E depois dela realmente acabada?

Com tantas separações, venho me fazendo essas perguntas.  E me pergunto também se eu seria capaz de tamanho desprendimento.
Aí, nós vamos dizer que depende de como o casal viveu, de como o relacionamento acabou e o porquê.
Até onde o bom relacionamento após o fim de um casamento pode durar? Será que não sucumbe quando o outro encontra um relacionamento mais interessante ou quando a esperança de uma reconciliação acaba? Ou pode perdurar independente disso?
Na maioria das vezes, conhecemos só as histórias que não acabam bem. Os casais botam pra quebrar, fazem questão até dos CDs e os menos afortunados brigam até pelo dinheiro do Danoninho das crianças – artigos de primeira necessidade na vida de uma pessoa, não é?! As mulheres punem os homens pelo bolso e os homens punem as mulheres pelas bolsas – aquelas que elas não poderão mais comprar! Hum, que retrocesso esse meu comentário.
Pois bem, fiquei pensando em outros tipos de casais.
Há aquele casal que quando termina tenta ser o mais educado possível, o politicamente correto, não corta relações e nem ligações, permanecem amigos na mesma rede social. Até que um deles segue outro rumo, cria outro relacionamento. E aí? O ex-companheiro sente-se enganado? Ou leva numa boa? Eu acho que não.
Tem o outro tipo que briga um pouquinho no início mas depois se acerta e viram bons amigos. Tão companheiros que podem voltar a fazer os programas em família que faziam antes. Isso dá certo? Ou já é íntimo demais?
Mas eu conheço um casal que separou-se, constituiu outras famílias e,  assim, uma grande família. Um exemplo a ser seguido! Mas atenção: o Ministério da Saúde do casal adverte – isso só é possível se todos estiverem bem resolvidos e ao mesmo tempo.
Ah, eu tenho um exemplo que eu garanto que é verídico. Um casal feliz, depois não muito feliz, mas que soube sair antes do fim da festa. Na verdade, deram uma festa – a de despedida, quando decidiram terminar e viveram muito felizes como amigos e ex-casados. Isso é raríssimo, um verdadeiro contraponto!

Buenos Aires 2004
Der Kuss - Gustav Klimt, 1908



2 comentários:

  1. Nossa separação foi suave, a festa de despedida foi raríssima e bela. Como poderia ser inimiga do meu melhor amigo, do homem a quem amei e vivi 18 anos. Quanto a situação financeira não houve problemas, pois o mais importante era a nossa amizade, mas "fomos generosos", fomos parceiros.
    Quando nos despedimos no aeroporto de Zurique, ele me entregou para o meu atual marido, como um pai entrega sua única filha no altar dizendo: cuide bem dela e a faça feliz. Um beijo suave selou a nossa despedida.
    Fizemos um pacto de nos rever ainda nesta vida, porém ele morreu primeiro, mas em sonho veio me ver e avisar da sua partida, foi uma experiência única e maravilhosa. Ele me deu a certeza de não ter medo.

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